A possível federação entre PP e União Brasil avança nos bastidores, com potencial para formar a maior bancada do Congresso e gerir um fundo eleitoral superior a R$ 1 bilhão em 2026. No entanto, o acordo enfrenta resistência em pelo menos 13 estados, onde os dois partidos disputam espaço e caminham em direções opostas. Caso consolidada, a federação exigirá atuação conjunta nos próximos quatro anos em todos os níveis da política, sob risco de sanções legais.

Na Bahia, por exemplo, o União Brasil será liderado por ACM Neto, enquanto o PP tem se reaproximado do governador Jerônimo Rodrigues (PT). O cenário repete o das eleições de 2022, quando, apesar do apoio oficial a ACM Neto, parte da bancada progressista se aliou ao grupo petista em vários municípios. A convivência entre os dois blocos, marcada por contradições, pode ser mantida com um pacto informal, como já ocorreu anteriormente.

Na Paraíba, o conflito é direto: o PP quer lançar o vice-governador Lucas Ribeiro ao governo estadual, enquanto o senador Efraim Filho (União Brasil) se coloca como pré-candidato da oposição. Situação semelhante ocorre no Acre, onde o governador Gladson Cameli (PP) trabalha o nome da vice Mailza Assis, mas enfrenta a pré-candidatura do senador Alan Rick (União Brasil). Já no Paraná, os dois partidos disputam protagonismo em torno da sucessão de Ratinho Júnior.

Também há impasses em Pernambuco, Ceará, Rio, São Paulo e Minas Gerais, estados sem comando claro para a federação e com alianças locais divergentes. Apesar dos desafios, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, defende a união: “Sou um defensor dessa agregação de partidos […] É bom para a democracia, para o Congresso e para quem governa”. Nos bastidores, o nome mais cotado para presidir a federação é o do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).