A Câmara Municipal de Salvador foi obrigada a cancelar, nesta segunda-feira (15), a reunião que discutiria o Projeto de Lei Complementar enviado pela Prefeitura para regulamentar o acordo firmado entre o prefeito Bruno Reis (União Brasil) e a APLB, após a greve dos servidores da educação. O motivo foi a ausência não justificada do secretário municipal de Educação, Thiago Dantas, convocado para prestar esclarecimentos sobre a proposta.
O projeto, protocolado em 20 de agosto, prevê alterações no Plano de Carreira do Magistério Municipal, no Fundo Municipal de Educação e no Programa Dinheiro Direto na Escola. A expectativa era de que Dantas detalhasse os pontos do texto diante dos vereadores e dos representantes da categoria. No entanto, a cadeira reservada ao secretário ficou vazia.
O presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB), não escondeu a insatisfação. Para ele, a ausência do gestor da Educação reforça o desgaste político da própria Prefeitura. “Se o secretário não poderia vir, deveria ter adiado. Ele não participou das negociações, não esteve presente nos momentos de crise, quando a Câmara foi ocupada pelos profissionais da educação, e agora, ao ser convidado, simplesmente não aparece nem dá satisfação. Isso é um desgaste, e o maior prejudicado é o governo”, criticou.
A falta de compromisso gerou impasse entre os líderes partidários. Parte dos vereadores defendia manter a sessão, enquanto outros pressionaram pelo adiamento. Com a divisão, prevaleceu um acordo que transferiu a discussão para a próxima segunda-feira, 22 de setembro.