O deputado Robinson Almeida (PT), líder da Federação PT, PC do B e PV, acusou o prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), de conceder “na surdina” um alvará de licenciamento para a construção de espigões na praia do Buracão, no Rio Vermelho. A denúncia foi feita durante uma audiência pública realizada nesta quarta-feira (5), na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), para debater as “especulações e ilegalidades” em torno do projeto.
Segundo Robinson, o alvará de número 24.341 [foto abaixo], assinado pelo secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, João Xavier Nunes Filho, foi liberado em outubro do ano passado e tem validade até 27 de outubro de 2027. A licença autoriza a construção de um edifício residencial de luxo com área total de 7.715 m². Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.
Os empreendimentos verticalizados da construtora OR, que podem alcançar até 48 metros de altura e 16 andares (maior do que a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, de 38 metros), enfrentam questionamentos da sociedade civil e do Ministério Público devido aos potenciais impactos ambientais, incluindo sombreamento da praia, problemas de saneamento básico, drenagem pluvial e congestionamento do trânsito.
“O prefeito ficou o tempo todo mentindo, escamoteando, meias verdades, meias palavras sobre o assunto, mas a verdade apareceu e o fato é que o prefeito já deu o alvará, através do secretário de Desenvolvimento Urbano, como foi mostrado aqui na audiência. É decisão do prefeito, que mentiu, de forma despudorada, pra dizer que não daria nenhum tipo de licença se os espigões sombreasse a praia, mas o fato é que ele, num movimento sinuoso, autorizou a construção que pode sombrear a praia do Buracão e causar impactos ao meio ambiente e ao bairro do Rio Vermelho”, afirmou Robinson Almeida. “No dia do meio ambiente, o prefeito merece cartão vermelho”, concluiu o parlamentar. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.
A audiência pública contou com a participação de representantes do Instituto dos Arquitetos da Bahia, da Associação de Moradores do Barro Vermelho, membros do movimento SOS Buracão, do Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá), além dos deputados estaduais Hilton Coelho (PSOL), Neusa Cadore (PT) e Olívia Santana (PCdoB).