A deputada federal Carla Zambelli (PL) foi presa nesta terça-feira (29) pela polícia italiana, em Roma. A detenção foi confirmada pela Polícia Federal, que já iniciou os trâmites para solicitar a extradição da parlamentar ao Brasil. Zambelli estava na lista da Interpol desde maio, quando foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A denúncia que levou à prisão partiu do deputado italiano Angelo Bonelli, que informou à polícia o endereço onde Zambelli estaria hospedada. “Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Dei o endereço à polícia, e a polícia já está identificando Zambelli”, publicou Bonelli na rede X. Em junho, ele já havia pedido ao governo italiano urgência na extradição da deputada.
Zambelli deixou o Brasil duas semanas após a condenação. Segundo o STF, ela mandou o hacker Walter Delgatti invadir os sistemas do CNJ, o que motivou a pena. A fuga da parlamentar gerou repercussão internacional e a inclusão de seu nome na lista de procurados da Interpol.
Defesa
Em vídeo divulgado na internet, o advogado de Zambelli, Fabio Pagnozzi, alegou que sua cliente decidiu se apresentar às autoridades italianas voluntariamente. “Ela nunca foi foragida na Itália, apenas aguardava um posicionamento oficial para colaborar”, disse o defensor.
A própria deputada afirmou que não pretende voltar ao Brasil para cumprir pena. “Se eu tiver que cumprir qualquer pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo e democrático. Estou segura que, analisando todos os processos de cabo a rabo, eles vão perceber que eu sou inocente”, declarou.

Outra condenação
Além da condenação por invasão ao CNJ, Zambelli responde no STF por outro processo criminal, relacionado ao episódio em que sacou uma arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo, em 2022; nesse caso, o placar parcial é de 6 a 0 pela condenação a 5 anos e 3 meses de prisão, mas o julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Nunes Marques.