O presidente da Funai, indicado por Jair Bolsonaro, Marcelo Xavier, foi expulso nesta quinta-feira (21), do III Encontro de Altas Autoridades da Ibero-América com Povos Indígenas, que acontece em Madri. [vídeo abaixo]
Um ato de protesto do indigenista Ricardo Henrique Rao, ex-agente da Funai, acusou Xavier de ser o responsável pelo genocídio dos povos indígenas, do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, assassinados há cerca de um mês, na Amazônia, quando faziam uma expedição.
“Eu venho denunciar esse assassino, Marcelo Xavier, como inimigo de vocês. […] Esse homem é um miliciano, não representa a Fundação Nacional do Índio. É um assassino, um miliciano, é amigo de um governo golpista que está ameaçando a democracia no Brasil”, disse para todos no auditório.
Rao tinha muita amizade com Bruno Pereira. Eles estudaram juntos no Curso de Formação de Política Indigenista da Funai.
Hoje, Rao vive exilado na Europa, desde 2019. Em 19 de novembro de 2020, um ano após se exilar por medo de ser assassinado, Ricardo Rao foi exonerado da Funai por Xavier.
“O Itamaraty é uma vergonha, está sendo babá de miliciano. Marcelo Xavier é um miliciano. É um assassino, responsável pela morte de Bruno Pereira”, emendou, enquanto Xavier levantou-se para sair da sala ao lado de um representando do Itamaraty.
A assembleia é promovida pelo Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e o Calibre (FILAC), que foi criado em 1992 e distribui recursos, incluindo da FAO – órgão da ONU para a alimentação e agricultura, entre as comunidades originárias da região, além de trabalhar pela implementação de uma política de direitos humanos para os povos indígenas nos países membros.