A política de venda de áreas verdes pela Prefeitura de Salvador foi criticada na 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, em Brasília. Uma moção de repúdio assinada por mais de 250 delegados denunciou os impactos dessa prática sobre o clima, o solo e a desigualdade socioambiental. “É uma política urbana irresponsável, que coloca em risco o direito à cidade e à vida digna”, diz o texto.
A moção, de autoria da vereadora Marta Rodrigues (PT), denuncia o avanço da especulação imobiliária sobre áreas remanescentes de vegetação. Salvador, destaca o documento, é a segunda capital menos arborizada do país e sofre com o aumento das temperaturas, alagamentos e deslizamentos. “Vender áreas verdes é colocar em risco a vida nas cidades”, afirmou Marta.
O documento será encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente, ao Ministério Público e a organismos internacionais. Ele recebeu apoio de entidades como o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBOMS), Rede de Juventude pelo Clima e Articulação Nacional de Agroecologia. “A cidade precisa parar de andar na contramão da transformação ecológica”, afirmou a vereadora.
Para Marta, a moção aprovada em nível nacional mostra que Salvador está sendo exposta negativamente no debate ambiental. “O que obtemos do prefeito é apenas desdém e descaso. Enquanto o mundo se mobiliza para preservar o meio ambiente, nossa capital destrói suas áreas verdes com total desprezo pelo futuro”, criticou.
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A Conferência reuniu mais de 1.500 representantes da sociedade civil e teve como tema a emergência climática. A crítica à política ambiental de Salvador foi uma das pautas de maior destaque, reforçando a necessidade de uma mudança urgente na forma como as cidades lidam com seus territórios.