Mais de 60 universidades e instituições de pesquisa da Alemanha e da Áustria anunciaram sua saída do X, antigo Twitter, citando a “orientação antidemocrática” da plataforma. A decisão, liderada pela Universidade Heinrich Heine de Düsseldorf, foi justificada pela reitora Anja Steinbeck, que afirmou que o X “não está mais à altura de sua responsabilidade de promover um discurso justo e democrático”. Entre os motivos citados estão a amplificação de conteúdos populistas de direita e restrições no alcance orgânico.
A Universidade Goethe de Frankfurt reforçou as críticas, acusando o X de manipular algoritmos para favorecer conteúdos alinhados com as visões de Elon Musk, proprietário da plataforma. As instituições destacaram o compromisso com a integridade científica e a transparência, optando por abandonar o X como forma de protesto contra a falta de alinhamento com valores democráticos.
A decisão foi anunciada um dia após uma live polêmica no X entre Elon Musk e Alice Weidel, líder do partido alemão de ultradireita AfD. Durante o bate-papo, Weidel fez declarações controversas e falsas, como a alegação de que Adolf Hitler seria “comunista” e não de direita, um comentário amplamente criticado por historiadores. A transmissão, assistida por mais de 200 mil perfis, foi vista como um exemplo da amplificação de discursos extremistas na plataforma.
Com essa debandada, as universidades reforçam sua posição de que a ciência e a educação devem estar associadas a valores como pluralismo, transparência e respeito ao debate democrático, algo que, segundo elas, o X deixou de promover.