Uma campanha eleitoral que não deixará saudade! Ou não.

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Esta semana terminam as eleições e com elas, uma das piores campanhas eleitorais que pude acompanhar. Digo isso com a certeza de quem, a mais de 30 anos, acompanhou e acompanha todas as eleições, sejam presidenciais, estaduais ou municipais.

Nas eleições deste ano, assistimos um grau de polarização jamais visto na história recente do Brasil, onde não sobrou espaço para debater, com profundidade e clareza, os principais problemas do país, suas saídas e projetos para o futuro.

O que presenciamos até aqui foi a mais despolitizada campanha eleitoral, onde debates não serviram para debater, porque candidatos, em total desrespeito à democracia e ao eleitor, não participaram e quando existiu participação, não debateram o que era de interesse dos cidadãos brasileiros.

E para completar, substituíram os showmícios por carreatas e caminhadas, que mais pareciam festas de largo, com disputa de jingles e coreografias. Esta foi a eleição que se apresentou em 2022, tanto na esfera estadual quanto nacional, lamentavelmente.

Na TV e no rádio, o horário eleitoral se tornou numa disputa em apontar quem era o pior, e as acusações se intensificaram no segundo turno.

Claro que no segundo turno há uma disputa maior de rejeição do que de aprovação, mas não é salutar que um país com os problemas urgentes que o nosso tem, passe pelo período eleitoral sem a apresentação de um projeto debatido, aprimorado e convalidado pela população.

Urge uma reforma eleitoral profunda, que garanta a obrigatoriedade de debates, que delimite temas a serem apresentados semanalmente por todos os candidatos em seus programas eleitorais e que culmine num debate temático ao final da semana, afim de facilitar a comparação de propostas dos candidatos pelo eleitor e, principalmente, urge qualificar o nível de candidatos e candidatas aos cargos majoritários, com exigências mínimas para a investidura no cargo que se pretende, garantindo que figuras como o atual presidente não surjam futuramente e coloquem em risco nossa tão recente democracia.

Que tenhamos nesta última semana de segundo turno, a capacidade de extrair o mínimo possível de propostas dos candidatos que se apresentam, e que, na grande festa da democracia, exerçamos nosso papel de cidadãos com a garantia de que continuaremos um país democrático.

Porque, diante de tantas barbaridades, de uma campanha despolitizada e pobre de propostas em todas as esferas, se ainda escolhermos a continuidade daquele que ameaça nossa democracia, aí sim, teremos do quê sentir saudade.

 

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Vitor Gantois é advogado. Pós-graduado em Direito Público Municipal. Membro das Comissões de Direitos Humanos; Processo Legislativo e da Comissão de Proteção ao Rio São Francisco da OAB-Bahia. Colunista. Coordenador de várias campanhas eleitorais. Observador da cena política e do cotidiano.

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