O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ampliou os poderes do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, gerando desconforto entre os servidores da agência. Em uma portaria publicada na última quarta-feira (8), ele autorizou Corrêa a suspender servidores por até 90 dias após a conclusão de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), antes limitado a 30 dias, salvo com aval do ministro.
Além disso, Corrêa aumentou os poderes do corregedor da Abin, que agora pode suspender servidores por até 30 dias. Servidores temem que essas mudanças possam ser usadas para afastar críticos ou desafetos da gestão atual, aumentando o controle sobre a instituição.
Por outro lado, membros da Abin alinhados à direção consideram que a decisão mostra a confiança do governo federal no comando da agência, especialmente após o avanço das investigações da Polícia Federal sobre a “Abin paralela”. Essas investigações apuram o uso indevido da agência para monitorar ilegalmente autoridades públicas e produzir notícias falsas durante a gestão de Jair Bolsonaro.
As investigações estão em fase final e têm como foco o uso ilegal da Abin durante o governo Bolsonaro, que sempre negou as acusações. Até o momento, nem Rui Costa nem a Abin se manifestaram oficialmente sobre as mudanças ou as investigações.