Relatora da CPMI dos Atos Golpistas pede indiciamento de Bolsonaro e mais 60; veja lista

Senadora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou parecer nesta terça; votação deve ficar para quarta (18)

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou nesta terça-feira (17) o relatório da CPMI dos Atos Golpistas com 1.333 páginas após quase cinco meses de trabalho. O presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (UB-BA), deu prazo até 9h desta quarta-feira (18) para o pedido de vista coletiva e marcou a votação do parecer para o mesmo dia.

O documento, segundo Eliziane, é baseado nas oitivas e nas centenas de documentos que chegaram à comissão de inquérito. A relatora pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre elas, o ex-presidente Jair Bolsonaro por associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado.

Para a relatora, “os golpes modernos à esquerda e à direita, não usam tanques, cabos ou soldados. O golpe deve fazer uso controlado da violência. É preciso, sobretudo, que o golpe não pareça golpe”.

“Começam por uma guerra psicológica, a base de mentiras, de campanhas difamatórias, da disseminação do medo, da fabricação do ódio. É tanta repetição, repetição, repetição, potencializada pelas redes sociais, pelo ecossistema digital, que muitos perdem o parâmetro da realidade. O golpe avança pela apropriação dos símbolos nacionais. O golpe continua pelas tentativas de captura ideológica das forças de segurança. Por isso é importante atacar as instituições, descredibilizar o processo eleitoral”, afirma a senadora.

Vale ressaltar que os pedidos feitos por Eliziane no parecer não significam indiciamentos automáticos. A lista é, na prática, uma sugestão. Cabe aos órgãos responsáveis, como o Ministério Público, avaliar a apresentação de denúncias.

Indiciados

O parecer da senadora sugere indiciamentos por 26 delitos diferentes. Os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de depor governo legítimo são os mais frequentes.

No total, os dois tipos penais foram atribuídos a 46 pessoas.

São indiciados pela relatora no documento:

– ex-presidente Jair Bolsonaro

– general Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa

– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública do DF nos atos

– general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro

– general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro

– general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro

– almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha

– general Freire Gomes, ex-comandante do Exército

– tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e principal assessor de Bolsonaro

– Filipe Martins, assessor-especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro

– deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)

– coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

– general Ridauto Lúcio Fernandes

– sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

– major Ailton Gonçalves Moraes Barros

– coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde

– coronel Jean Lawand Júnior

– Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF

Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal

– general Carlos José Penteado, ex-secretário-executivo do GSI

– general Carlos Feitosa Rodrigues, ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI

– coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI

– coronel André Luiz Furtado Garcia, ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI

– tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos, ex-coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI

– capitão José Eduardo Natale, ex-integrante da Coordenadoria de Segurança de Instalações do GSI

– sargento Laércio da Costa Júnior, ex-encarregado de segurança de instalações do GSI

– coronel Alexandre Santos de Amorim, ex-coordenador-geral de Análise de Risco do GSI

– tenente-coronel Jader Silva Santos, ex-subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI

– coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF

– coronel Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante da PMDF

– coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF

– coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, comandante em exercício do Departamento de Operações da PMDF

– coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, comandante do 1º CPR da PMDF

– major Flávio Silvestre de Alencar, comandante em exercício do 6º Batalhão da PMDF

– major Rafael Pereira Martins, chefe de um dos destacamentos do BPChoque da PMDF

– Alexandre Carlos de Souza, policial rodoviário federal

– Marcelo de Ávila, policial rodoviário federal

– Maurício Junot, empresário

– Adauto Lúcio de Mesquita, financiador

– Joveci Xavier de Andrade, financiador

– Meyer Nigri, empresário

– Ricardo Pereira Cunha, financiador

– Mauriro Soares de Jesus, financiador

– Enric Juvenal da Costa Laureano, financiador

– Antônio Galvan, financiador

– Zeferson da Rocha, financiador

– Vitor Geraldo Gaiardo, financiador

– Humberto Falcão, financiador

– Luciano Jayme Guimarães, financiador

– José Alipio Fernandes da Silveira, financiador

– Valdir Edemar Fries, financiador

– Júlio Augusto Gomes Nunes, financiador

– Joel Ragagnin, influenciador

– Lucas Costar Beber, financiador

– Alan Juliani, financiador

– George Washington de Oliveira Sousa, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília

– Alan Diego dos Santos, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília

– Wellington Macedo de Souza, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília

– Tércio Arnaud, ex-assessor especial de Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”

– Fernando Nascimento Pessoa, assessor de Flávio Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”

– José Matheus Sales Gomes, ex-assessor especial de Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”

Veja o relatório completo da senadora Eliziane Gama aqui.

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