O Escritório de Direitos Humanos da ONU divulgou nesta sexta-feira (8) que quase 70% das mortes confirmadas na guerra de Gaza são de mulheres e crianças. Em relatório, a ONU condenou as mortes civis como “uma violação sistemática dos princípios fundamentais da lei humanitária internacional, incluindo distinção e proporcionalidade”, segundo comunicado da organização.
O relatório de 32 páginas contabiliza 8.119 vítimas verificadas, número bem inferior aos mais de 43 mil mortos informados por autoridades de saúde palestinas. A ONU explicou que seu levantamento inclui apenas as mortes verificadas com três fontes independentes, o que confirma a alegação palestina de que mulheres e crianças compõem grande parte das vítimas do conflito.
O alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk, ressaltou a importância de responsabilização: “É essencial que haja o devido ajuste de contas com relação às alegações de graves violações do direito internacional”. Ele cobrou que todas as provas sobre o conflito sejam preservadas para investigações futuras. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ainda não se pronunciou sobre o relatório.
As Forças Armadas israelenses afirmam que têm cautela para evitar vítimas civis e atribuem a alta proporção de mortes civis ao Hamas, que, segundo Israel, usa instalações civis para operações militares. O Hamas nega o uso de civis como escudos humanos. A ONU verificou que a vítima mais jovem foi um bebê de um dia e a mais velha uma mulher de 97 anos.