Nesta sexta-feira, 2 de fevereiro, a agenda do governador Jerônimo Rodrigues (PT) começou bem cedo, com a participação na festa de Iemanjá, uma das maiores celebrações populares da Bahia, que congrega tradições culturais e religiosas de matriz africana. Acompanhado pelo vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e secretários de Estado, Jerônimo iniciou a programação com uma visita à Colônia de Pescadores, onde, em conjunto com autoridades locais, depositou oferendas à Rainha do Mar.
Jerônimo se juntou aos fiéis, que trajam o característico azul e branco no dia de homenagem à Iemanjá, e ressaltou a relevância da festa, enfatizando o compromisso do Governo do Estado em apoiar eventos de tamanha importância para a identidade baiana. “Começamos cedo e viemos fazer as nossas oferendas, depositar a nossa fé, como os pescadores fizeram no início, trocaram os seus presentes por peixes. Aqui, o nosso pedido também é como o dos pescadores, trouxemos a nossa oferenda, trocando pela paz do mundo, por emprego, por saúde para todos nós. Nos encontramos numa festa cultural muito forte e estamos trabalhando muito para que a segurança seja estabelecida nessas festas”, destacou o governador.
O vice-governador Geraldo Júnior falou da importância do 2 de Fevereiro: “hoje, aqui na Festa de Iemanjá, pedindo a ela e aos deuses encantados, os orixás, que nos dê paz, sabedoria e amor. Este é um momento da diversidade da nossa cultura, que representa a resistência do nosso povo e a manutenção da tradição”.
Neste ano, a festa traz como tema ‘Odoyá, 101 anos de festa e reverência a Iemanjá’, e o Estado reverenciou a Rainha do Mar com um balaio completamente biodegradável. O babalorixá Roberto de Iansã, líder do terreiro Ilê Axé Yá Onirá, explica que, no balaio depositado pelo governador Jerônimo Rodrigues, todos os itens respeitam as regras de preservação ao meio ambiente.
“Todas aquelas pérolas eram de açúcar, o que veio do mar, como corais, búzios, voltam para o mar, o abebê – que é o espelho, foi feito com uma tinta que reluz, mas não tem um espelho físico como a gente conhece”, detalhou o líder religioso, contando, ainda, que mais de 20 qualidades de flores naturais compõem o presente.
Roberto de Iansã compartilha a importância dos festejos de Iemanjá para a expressão das religiões de matriz africana: “essa festa é importantíssima, porque essa é a única festa genuinamente popular, de Candomblé. Até a festa do Bonfim é do sincretismo, não que eu seja contra o sincretismo, porque eu acho que o sincretismo nos trouxe até aqui, mas essa é a festa de Iemanjá. Então, só tem ela. Afirma o Candomblé e a população está toda aqui, eu acho que esse grau de importância tem que ser registrado”.
O aposentado José Mariano Souza, de 70 anos, chegou cedo e pegou fila para acompanhar a esposa, Edilene Dessa, na entrega de presentes em agradecimento a Iemanjá. José passou por problemas de saúde e credita sua cura à orixá homenageada pela festa. “Hoje é um dia muito especial. Primeiramente, porque eu recuperei minha saúde. E, vendo a alegria das pessoas pelas ruas, em paz, com saúde e felicidade, vou pedir a Iemanjá que continue restabelecendo minha saúde”, conta ele, que fez tratamento para depressão durante um ano.