A tradicional Mudança do Garcia tomou as ruas de Salvador nesta segunda-feira (3), reafirmando seu papel como espaço de protesto, cultura e irreverência. Com quase um século de história, o bloco seguiu até o Campo Grande com manifestações criativas embaladas por fanfarras e pequenos trios. O vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que acompanhou a saída, destacou a importância do evento. “Aqui é sinônimo de ancestralidade, força e cultura, além de ser um espaço para manifestações sociais e ideológicas”, afirmou.
Para foliões veteranos, a Mudança segue sendo um dos momentos mais autênticos do Carnaval. “Frequento há mais de 20 anos e acho sensacional. Aqui exercemos a crítica e defendemos nossos direitos”, disse Antônio Pessoa, aposentado. O coordenador do bloco, Rodney Martins, reforçou a essência do evento. “A Mudança do Garcia não é só um bloco. É um espaço do povo, de cultura e liberdade de expressão”, destacou, lembrando que o tema deste ano foi “Respeito é bom, e nós gostamos”.
O desfile também atraiu turistas, que elogiaram a diversidade e a inclusão do evento. A dentista Amanda Silva, de Curitiba, se encantou: “Aqui podemos ser quem quisermos, é democrático e reúne todo tipo de gente”. Já a argentina Cecília Bairros, que participa do Carnaval de Salvador pela primeira vez, destacou o clima popular. “Não tem corda separando as pessoas, é bem aberto e diverso”. A edição deste ano contou com atrações do Programa Ouro Negro, que investiu R$ 15 milhões para fortalecer blocos afro e culturais no Carnaval da Bahia.