O MST da Bahia doou nesta segunda-feira (17), sete toneladas de alimentos ao programa Bahia Sem Fome. Acampados na Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), cerca de 400 militantes Sem Terra estão na capital para realizar atos em denúncia ao aumento da violência no campo e a CPI protocolada no legislativo do estado, em defesa da democracia e Reforma Agrária.
“Neste ano, o abril vermelho combate a fome e a escravidão e denuncia os conflitos que acontecem pela violência do latifúndio. Trazemos para o debate público a importância da democratização da terra para a produção de alimentos saudáveis. Provamos isso a cada ocupação que se transforma em assentamento produtivo. É da nossa produção que trouxemos sete toneladas de alimentos para doar ao Programa Bahia Sem Fome, do governo estadual”, anunciou Eliane Oliveira, dirigente nacional do MST.
O dirigente do MST Bahia, Evanildo Costa, comentou o objetivo do Movimento em Salvador. “Transformamos o mês de abril em um mês de lutas, no Dia Nacional de Luta por Reforma Agrária, a principal reivindicação do Movimento Sem Terra. Nós queremos que a Constituição Federal se cumpra; que as terras que não cumprem sua função social sejam destinadas à reforma agrária. Se querem tanto uma CPI, que se investigue o trabalho escravo que ainda vitimiza tantos baianos. O MST não irá parar sua luta!”, disse Evanildo.
O governador Jerônimo Rodrigues anunciou no twitter, também nesta segunda, o compromisso da elaboração de um Plano Estadual de Reforma Agrária. No nível federal, já existe a expectativa de que o Governo Lula avance em políticas que subsidiem a produção de alimentos. A agricultura familiar é responsável pela produção de 70% do que chega à mesa dos brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).