O Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) e o Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais (CNPG) lançaram nesta terça-feira (19) uma campanha de combate ao racismo institucional, marcada pela reflexão sobre a escassa presença de pessoas negras em cargos de liderança. Citando um estudo do Dieese, a campanha destaca que apenas 2,1% dos trabalhadores negros alcançam posições de chefia, evidenciando um mercado de trabalho que perpetua desigualdades. “Não existe igualdade sem oportunidade,” lembra a campanha, que busca sensibilizar a sociedade e fomentar mudanças estruturais.
Lívia Sant’Anna Vaz, titular da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo, enfatiza que o racismo institucional é um obstáculo significativo para a democracia e justiça social no Brasil. “Num estado democrático de direito, as instituições deveriam refletir a diversidade étnico-racial da população, o que atualmente não ocorre”, comenta. A campanha, que será veiculada em diversas mídias até o fim de Novembro, tem como parceiros grandes veículos de comunicação e busca ampliar a conscientização sobre a importância da representatividade étnico-racial em todos os níveis de poder e decisão.
Enquanto isso, o MP da Bahia continua seu compromisso com a promoção da igualdade racial através de várias iniciativas, incluindo a criação da primeira Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo no país e a implementação de cotas raciais em concursos públicos para promotores. Recentemente, o MPBA divulgou seu 1º Censo Étnico-Racial, revelando que 34% dos promotores de Justiça são negros, um número ainda distante da representatividade na população baiana. Essas ações refletem um esforço contínuo para enfrentar o racismo institucional e garantir uma sociedade mais justa e equitativa.