Movimentos ambientalistas em Salvador têm ganhado força ao se articularem coletivamente na defesa das áreas verdes ameaçadas pela especulação imobiliária. Um exemplo recente foi a suspensão do leilão do terreno do Morro Ipiranga, uma área de preservação permanente que estava sendo ofertada pela Prefeitura. A decisão judicial ocorreu após forte mobilização do movimento SOS Áreas Verdes e outros coletivos.
O SOS Buracão também atua nesse cenário, enfrentando a tentativa da Odebrecht de construir espigões no bairro do Rio Vermelho. “Hoje, tratar o planeta com cabeça ambiental passou a ser sinal de inteligência”, afirmou Miguel Sehbe, liderança do movimento, ao destacar que a defesa ambiental vai além de ideologias políticas e deve ser encarada como questão de sobrevivência.
Olga Pontes, liderança do movimento Morro Ipiranga, reforçou a importância da união: “A união dos movimentos vai além de um ato de amor e coragem – é um gesto de consciência coletiva sobre o valor do que estamos prestes a perder”. Em Salvador, além do SOS Buracão e do SOS Áreas Verdes, também atuam coletivos como o Stella Maris, o Salve Verde e o Rua Alagoinhas.

Na decisão que suspendeu o leilão, o juiz Alex Schramm da Rocha destacou que a venda da área contrariava o regime de proteção ambiental e alertou para os riscos irreversíveis à paisagem e aos recursos naturais. O magistrado também apontou que o município não justificou a necessidade imediata do leilão.