Nesta sexta-feira (26), um tribunal do júri condenou o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a pagar uma indenização de US$ 83,3 milhões à jornalista E. Jean Carroll. A decisão veio após acusações de difamação, relacionadas à negação do político sobre um suposto estupro ocorrido quase três décadas atrás. O júri, composto por sete homens e duas mulheres, deliberou em menos de três horas, concedendo a Carroll uma quantia que superou significativamente os US$ 10 milhões iniciais solicitados.
A jornalista, de 80 anos, processou Trump em novembro de 2019, alegando que ele destruiu sua reputação ao negar publicamente o ocorrido nos anos 1990. Os jurados decidiram por uma indenização de US$ 18,3 milhões em danos compensatórios e US$ 65 milhões em danos punitivos. Em maio de 2023, Trump já havia sido condenado a pagar US$ 5 milhões a Carroll por outra negativa semelhante, e atualmente, está apelando dessa decisão.
Carroll afirmou que Trump prejudicou sua carreira como jornalista respeitada, e os danos punitivos são necessários para evitar futuras negativas do ex-presidente. Trump, por sua vez, alegou desconhecimento da jornalista e sugeriu que suas acusações tinham motivação financeira. O ex-presidente enfrenta um total de 91 acusações criminais em quatro indiciamentos, incluindo tentativas ilegais de reverter a derrota nas eleições de 2020.
Durante o julgamento, Trump classificou o caso como uma “fraude” e “caça às bruxas”, enquanto sua advogada argumentou que a publicação das memórias de Carroll pela revista New York foi a responsável pelos ataques, não as negativas do ex-presidente. O veredito visa encerrar a impunidade de Trump e busca, segundo a advogada de Carroll, fazê-lo pagar de forma significativa pelo impacto em sua cliente.