O ex-vereador de Salvador Luiz Carlos Suíca (PT) e a direção do SindilimpBA reacenderam o debate sobre a desigualdade no tratamento policial no Brasil. O caso que motivou as críticas envolve o empresário René da Silva Junior, suspeito de matar o gari Laudemir Fernandes, em Belo Horizonte. A imagem do suspeito sendo conduzido à prisão sem algemas e com o rosto parcialmente coberto gerou indignação. “Imagem de prisão de empresário sem algemas reacende debate sobre desigualdade no tratamento policial no país”, disse Suíca.
Para muitos, a cena simboliza o contraste na aplicação da lei entre ricos e pobres. “Se fosse um gari tirando a vida de um empresário, a reação policial provavelmente seria violenta, com algemas, exposição e até agressões”, criticaram representantes sindicais. O SindilimpBA acrescentou que, “enquanto a categoria luta por reconhecimento no Congresso, com aprovação de projeto, aparece um assassino para piorar tudo”.
O caso ganhou ainda mais repercussão após a revelação de que a arma usada no crime pertencia à esposa do suspeito, uma delegada da Polícia Civil. Apesar de negar envolvimento, a relação da arma com a policial aumentou os questionamentos sobre possível favorecimento e sobre a influência do poder econômico na aplicação da justiça.
Suíca e o SindilimpBA ressaltaram “a importância de refletir sobre a igualdade no tratamento de pessoas diante da lei, independentemente de sua origem social ou profissão”. Ambos também pedem a prisão da delegada. “Se a arma é dela, ela precisa explicar porque estava com o marido. É uma servidora pública. Tem responsabilidade e deve ser presa também”, afirmou o ex-vereador.