O subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Darren Beattie, utilizou a data da Independência do Brasil para retomar ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em publicação nas redes sociais nesta segunda-feira (8), ele declarou que o 7 de Setembro foi “um lembrete do compromisso de apoiar o povo brasileiro”, e acusou Moraes de adotar medidas que, segundo ele, “minaram liberdades fundamentais”.
As críticas ocorrem em um momento delicado, no qual o STF julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros aliados pela tentativa de golpe de Estado. Moraes, relator do processo, deve apresentar nesta terça-feira (9) a leitura de seu voto, que pode definir o rumo das condenações. Beattie associou diretamente o ministro às tensões políticas brasileiras ao afirmar que os EUA “continuarão a tomar as medidas cabíveis” diante do cenário.
Encontro com Eduardo Bolsonaro
Dias antes da publicação, Beattie esteve em reunião em Washington com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e o blogueiro Paulo Figueiredo. Também participou do encontro Ricardo Pita, conselheiro sênior para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado norte-americano. A reunião reforçou os laços entre aliados de Trump e o bolsonarismo em meio às pressões judiciais no Brasil.
Segundo Paulo Figueiredo, a pauta incluiu o projeto de lei em tramitação no Congresso que prevê anistia a Jair Bolsonaro pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Eduardo Bolsonaro chegou a afirmar em suas redes que o objetivo era “libertar o Congresso Nacional das garras de mafiosos togados”, intensificando os ataques ao Supremo em sintonia com as declarações de Beattie.