O prefeito de Buerarema, Gel da Farmácia (União Brasil), afirmou em entrevista ao Panorama da Bahia, nesta segunda-feira (28), que sua prioridade é atender as necessidades da população, mesmo que isso signifique romper com antigos aliados políticos. Gel esteve em Salvador para tratar de ações emergenciais contra a seca e reforçou o alinhamento com o governo estadual. “Eu abri a porta para o governo do Estado, isso todos sabiam bem antes da eleição. Ganhei e o governo entrou como parceiro da nossa cidade”, disse.

A fala de Gel evidencia o afastamento do ex-prefeito Vinícius Ibrann (União Brasil), seu padrinho político, que rompeu com ele após a aproximação com o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Embora tenha sido eleito com apoio do grupo ligado a ACM Neto, Gel se afastou do ex-candidato ao governo e tem buscado apoio direto do Estado para garantir obras e investimentos para o município. “Temos um município com muitas dificuldades e, sozinho, com recurso próprio, a gente não consegue avançar”, declarou.
Sem contato com ACM Neto desde as eleições de 2022, Gel da Farmácia afirmou que seu foco está em atender as demandas de Buerarema. Segundo ele, “os primeiros 100 dias de gestão foram positivos, mas os desafios continuam grandes”. Durante a visita a Salvador, Gel entregou documentos solicitados pelo governador Jerônimo Rodrigues para agilizar a liberação de ordens de serviço. “Viemos trazer a documentação para adiantar o passo e fazer nossa cidade avançar”, concluiu o prefeito.
Rompimento
O rompimento entre Gel da Farmácia e seu padrinho político, o ex-prefeito Vinícius Ibrann, foi marcado por críticas públicas e desgaste que começou ainda antes da posse. Divergências internas e decisões de bastidor já vinham minando a relação, mas o estopim foi a aproximação de Gel com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), movimento que desagradou profundamente Vinícius, aliado fiel de ACM Neto.
Vinícius, que apoiou Gel na eleição de 2024, confirmou oficialmente o rompimento nesta semana e expressou insatisfação com os rumos da gestão. Para ele, a mudança de alinhamento político — em direção ao governo petista — representou uma quebra das expectativas e compromissos assumidos durante a campanha, consolidando o fim da antiga aliança que dominava a política local.