O deputado estadual Robinson Almeida (PT) criticou nesta sexta-feira (26) o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), após o Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendar que a Prefeitura reveja as alterações na Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (Louos), aprovadas recentemente na Câmara de Vereadores.
Segundo o parlamentar, a gestão municipal age de forma “contraditória e irresponsável” ao investir R$ 3,5 milhões em contrato com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para atualização das legislações urbanísticas e, ao mesmo tempo, aprovar mudanças que, segundo ele, favorecem a especulação imobiliária e colocam áreas protegidas em risco.
“É inadmissível que, em plena emergência climática, o prefeito Bruno Reis escolha consolidar Salvador como a capital do concreto e do asfalto, ignorando a ciência, a natureza e o futuro da nossa cidade. A contradição é gritante: a prefeitura paga milhões à FGV para atualizar o planejamento urbano e, antes mesmo de receber os estudos técnicos, aprova mudanças que destroem esse processo”, afirmou Robinson.
Entre as áreas mais ameaçadas pelas alterações, o deputado citou o Vale Encantado, remanescente de manguezal e Mata Atlântica, além de três ilhas da Baía de Todos os Santos. “Como alertou a promotora Hortênsia Pinho, estamos diante de um grave risco de destruição do patrimônio ambiental de Salvador em nome de interesses privados. Não aceitaremos retrocessos nem ataques ao meio ambiente”, acrescentou.
Almeida também elogiou a atuação da bancada de oposição na Câmara Municipal, que se posicionou contra as mudanças. “A bancada de oposição está de parabéns pela coerência e responsabilidade em enfrentar mais esse ataque do União Brasil ao meio ambiente na capital mãe do Brasil. Salvador precisa de desenvolvimento planejado, sustentável e democrático. Nossa cidade merece respeito”, concluiu o deputado.