Uma equipe composta por pesquisadores de três universidades brasileiras, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e outras instituições, iniciou a segunda fase de um experimento para eliminar o coral invasor chromonephthea braziliensis da Baía de Todos-os-Santos. Identificada por pescadores em 2023, a espécie ameaça o equilíbrio ecológico da região, prejudicando espécies marinhas e a pesca de subsistência.
Os testes analisam métodos como aplicação de sal azedo, vinagre e remoção manual com espátulas. Segundo a pesquisadora Tatiane Aguiar, da UFBA, os resultados preliminares apontam maior eficácia no uso do sal azedo e na raspagem manual. “Após 15 dias, observamos que essas técnicas têm se mostrado promissoras, mas ainda estamos aguardando a checagem de 30 dias para resultados conclusivos”, destacou Aguiar. O experimento deve ser concluído até o início de fevereiro, com planos de iniciar a remoção definitiva em seguida.
A invasão é atribuída à incrustação em plataformas de petróleo do Rio de Janeiro, conforme explicou Tiago Porto, da Sema. “Esses corais competem com as espécies nativas e afetam a base alimentar de peixes, desequilibrando o ecossistema”, afirmou. O pescador Xandinho Domício relatou o impacto direto: “Os peixes sumiram, antes a gente via robalos e tainhas, mas agora só tem coral”.
O trabalho, realizado em Áreas de Preservação Permanente (APP) da APA Baía de Todos-os-Santos, conta com licenças ambientais emitidas pelo ICMBio e Inema. A pesquisa é realizada com apoio de organizações como a Pró-Mar e o Senai-Cimatec, reforçando o compromisso com a preservação da biodiversidade e a recuperação da pesca local.