“O povo é quem paga”, diz Edvaldo Brito ao criticar reforma tributária e impacto do IOF

Jurista aponta falhas no sistema e alerta que unificação de impostos não garante alívio fiscal

Foto: Luciano Barreto/PB
Foto: Luciano Barreto/PB

Em entrevista ao Jornal da Cidade nesta segunda-feira (30), o advogado e professor Edvaldo Brito fez duras críticas ao sistema tributário brasileiro e ao impacto do IOF. Ele explicou que o imposto incide apenas sobre operações específicas, como crédito, câmbio, seguros e investimentos, e não afeta quem não realiza esse tipo de transação. “Só paga o IOF quem faz essas operações. Quem não entra nesse tipo de transação não tem que pagar esse imposto”, esclareceu.

Brito voltou seu olhar para a população de baixa renda, apontando que a estrutura tributária brasileira penaliza os mais pobres. “O imposto está no consumo, e isso afeta o bolso do trabalhador”, afirmou. Ele também questionou a eficácia da proposta de reforma tributária, que prevê a unificação de tributos no IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). “A reforma disse que seria do consumo, mas, na verdade, ela é apenas uma reorganização dos tributos. Não há uma redução da carga tributária, o que pode ser um grande erro”, avaliou.

O jurista ainda criticou a forma apressada com que o Congresso analisou a matéria. “Aí vem o governo e manda uma reforma para o Congresso, o Congresso vota uma reforma que o próprio Congresso não sabe que reforma votou, porque uma reforma que chega e em uma hora depois já está votada, com 500 artigos, eu morro dizendo que ninguém leu”, disparou. Para Edvaldo Brito, sem um debate profundo, a conta acaba sobrando para quem menos pode pagar: “No final das contas, o povo brasileiro, principalmente o mais pobre, é quem paga mais imposto.”

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