Uma comitiva de engenheiros ferroviários do governo chinês esteve em Ilhéus (BA), nesta quarta-feira (16), para avaliar as obras do Porto Sul e da Malha I da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). A visita faz parte dos esforços para viabilizar o Corredor Bioceânico Brasil-Peru, que conectará o porto baiano ao porto de Chancay, no Peru, atravessando o território brasileiro de leste a oeste. O projeto é coordenado pelo Governo Federal, com apoio do Governo da Bahia.
A proposta inclui a criação de uma rota ferroviária que atravessará Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, com escoamento da produção agrícola e mineral para o Pacífico. Segundo o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, a alternativa encurtaria em até dez dias o tempo de navegação entre o Brasil e a Ásia. “É uma alternativa mais eficiente, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental”, destacou.
O Porto Sul e a Fiol, segundo o presidente da Bahiainvest, órgão do Governo do Estado, Paulo Guimarães, são fundamentais para a economia baiana e nacional. Ele afirmou que a infraestrutura deve atrair novas indústrias e fomentar um Polo de Logística com impacto positivo em todo o estado. A Malha I da Fiol, que liga Caetité a Ilhéus, será operada pela Bamin, que também é responsável pela construção do Porto Sul.
O projeto Fico-Fiol, que integra as ferrovias Fiol e Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), prevê 2,7 mil quilômetros de extensão e investimentos de R$ 28,7 bilhões. O traçado inclui a conexão com a Ferrovia Norte-Sul e a Ferrovia Centro-Atlântica, consolidando um grande corredor logístico. A ideia é transportar grãos e minérios até o Mato Grosso, e de lá ao Pacífico, por meio da futura ligação com o Peru.
A delegação chinesa iniciou as avaliações técnicas na Ferrovia Norte-Sul, em Goiás, e foi recebida pela Casa Civil em Brasília antes de seguir para o Porto Sul. Nesta quinta-feira (17), os técnicos visitam o Porto de Santos, concluindo a etapa de inspeções da infraestrutura logística nacional em estudo para viabilizar o corredor interoceânico.