Com a criação da União Progressista (UP), aliança entre União Brasil e Progressistas (PP), o cenário político nacional passa por uma nova fase de articulações com foco nas eleições de 2026. O anúncio oficial da federação foi feito no dia 29 de abril, em cerimônia no Salão Negro do Congresso Nacional, e marca o início de uma reorganização partidária mais ampla. Enquanto isso, MDB, Republicanos e PSDB analisam seus próximos passos e também discutem alianças formais. Nenhuma dessas federações, no entanto, foi ainda registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A União Progressista reúne uma das maiores forças políticas do país, com 109 deputados federais, 14 senadores, seis governadores, cerca de 1.400 prefeitos e 12 mil vereadores. A presidência do novo bloco será compartilhada, até dezembro de 2025, entre Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP). Após esse período, uma eleição interna definirá a nova direção. A federação terá validade de quatro anos e se apresenta como uma tentativa de consolidar um polo de centro-direita com presença forte nos estados.
Em paralelo, MDB e Republicanos avançam em conversas para formar uma federação. Baleia Rossi (MDB) e Marcos Pereira (Republicanos) têm mantido encontros para avaliar a viabilidade do projeto, incluindo o mapeamento de diretórios estaduais para identificar resistências e compatibilidades regionais. A previsão é que novas reuniões entre as cúpulas aconteçam nas próximas semanas, com o objetivo de definir se haverá ou não a formalização da aliança até o fim do ano.

Já o PSDB observa os movimentos com cautela. O partido considera a possibilidade de se integrar à eventual federação entre MDB e Republicanos, mas antes aguarda o desfecho da fusão com o Podemos — tratativas que devem ser concluídas ainda em 2025. A criação de federações, além de garantir estabilidade político-eleitoral, é vista como alternativa para superar a cláusula de barreira e fortalecer legendas para as disputas municipais de 2024 e nacionais de 2026.
Entenda o funcionamento das federações partidárias
As federações partidárias, criadas pela Lei nº 14.208/2021, permitem que dois ou mais partidos se unam de forma estável, atuando como um só bloco político por pelo menos quatro anos. Ao contrário das antigas coligações, que eram temporárias e duravam apenas durante o período eleitoral, as federações exigem uma convivência programática contínua, com atuação unificada no Congresso Nacional, nas assembleias legislativas e câmaras municipais.

Para ter validade legal, a federação precisa ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até seis meses antes das eleições. O registro garante acesso ao fundo partidário, tempo de propaganda no rádio e na TV, e é uma alternativa para que os partidos superem a cláusula de barreira — regra que impõe desempenho mínimo nas urnas para manter esses benefícios. Assim, as federações têm se tornado uma estratégia importante para a sobrevivência e fortalecimento das legendas no cenário político brasileiro.