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Com apresentação do Olodum, Carnaval do Pelourinho é aberto oficialmente por Jerônimo e Geraldo Júnior

O carnaval Ouro Negro deste ano teve o maior investimento da história no estado

Foto: Mateus Pereira/GovBA
Foto: Mateus Pereira/GovBA

Um passeio pela história do povo wodaabe, etnia nômade do Níger, na África Ocidental, caracterizou a abertura oficial do Carnaval do Pelourinho nesta sexta-feira (9), com a saída do Olodum, em Salvador. O tema do desfile deste ano também deu espaço para a percussão inspirada em etnias de gana e dos povos ashanti. O governador Jerônimo Rodrigues e o vice-governador e coordenador do Carnaval, Geraldo Júnior, acompanharam a saída do bloco tradicional desde a casa do Olodum, no Centro Histórico da capital baiana.

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No ano em que o Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, completa 50 anos e que o Olodum celebra seus 45 anos, o governador faz uma avaliação sobre a importância dos blocos afro e do debate do racismo. “O Carnaval do Pelourinho é, realmente, diferente. Ele tem uma energia diferente. O público daqui é um público diferenciado. A cultura bate mais forte aqui, não tenho dúvida disso. E 50 anos homenageando os blocos afro. Pela história, o Carnaval de Salvador e da Bahia tem muitos valores. Mas um dos mais fortes é o potencial dos blocos afro, que trabalham o ano inteiro com projetos sociais, com a questão racial, com a questão das crianças e adolescentes. Aqui, é o fechamento de um ciclo de projetos muito importantes. E nós continuaremos pegando nas mãos desses blocos”, afirma.

O vice-governador e coordenador do Carnaval endossa, lembrando que o Carnaval do Pelourinho é o Carnaval da democracia. “Falamos muito positivo das ações planejadas da segurança pública, do turismo, da cultura, da saúde. Mas aqui é, também, um exemplo de resistência, um sinônimo de liberdade, de inclusão social, de participação. É o Carnaval para todos, é o Carnaval da democracia. É um exemplo de paz”, completa Geraldo Júnior.

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O Olodum foi um dos blocos contemplados pelo programa Ouro Negro em 2024, que teve o maior investimento da história no estado, chegando a cerca R$ 15 milhões. O valor destinado às manifestações culturais da diáspora na Bahia também foi estendido às participações das entidades e agremiações de matriz africana nas festas populares da capital e do interior do estado.

“Cabe ao Carnaval contar a história da nossa gente, da nossa origem, valorizar ela. É uma forma de educar. O que as pessoas estão vendo hoje não vivem no cinema nem na escola. Cabem aos blocos afro contarem”, avalia João Jorge Rodrigues, cofundador do bloco Olodum.

Ao todo, 132 propostas foram contempladas para o Carnaval – 70 a mais em relação a 2023. Desse total, 103 grupos estarão em Salvador. Além do Olodum, também estarão na avenida o Ilê Aiyê, os Filhos de Gandhy, o Malê Debalê, o Cortejo Afro, o Bloco Alvorada, Bankoma e Banda Didá.

O ator Evaldo Macarrão, que está no ar no remake da novela Renascer, destaca o papel do Olodum ao fazer arte para o povo: “o Olodum faz essa arte para a cidade, para o estado, para o mundo. E, pra mim, como pessoa preta. Então, ao mesmo tempo em que a gente está festejando os 45 anos do Olodum, eu estou, aqui, me festejando enquanto pessoa preta, porque foi o Olodum, também, que contribuiu para que hoje eu estivesse aqui, com muita graça, com muita beleza e com vida”.

O Estado também está no Carnaval com ações nas áreas da saúde, segurança, proteção e defesa das mulheres e dos direitos humanos, combate ao racismo e sustentabilidade.

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