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Centenas de mulheres ocupam Salvador no Dia Internacional da Mulher em denúncia às violências

Manifestação destaca a luta por justiça e igualdade em meio à onda de violências em diversos territórios da Bahia

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, centenas de mulheres provenientes de coletivos e movimentos sociais e populares ocuparam um trecho da Avenida Paralela, uma das principais vias da cidade de Salvador. O protesto visa denunciar e repudiar as violências que assolam tanto o campo quanto a cidade, exigindo justiça e igualdade de direitos.

A marcha teve início no 13º Acampamento Estadual das Mulheres do Campo e da Cidade, iniciado na última quarta-feira (6), com força e determinação, sob o lema: “Lutaremos! Por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos!” Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.

A mobilização surge em resposta à crescente onda de violências que tem assolado diversos territórios do estado, culminando recentemente nos assassinatos de duas lideranças femininas: a Mestra Nega Pataxó, no Sul da Bahia, durante uma retomada de território pelo povo Pataxó Hã Hã Hãe, e Mãe Bernadete, que há anos reivindicava seu território e já havia perdido seu filho, também vítima de homicídio.

Paralelamente, a violência vem crescendo no campo, alimentada principalmente pela atuação de grupos de Milícias Rurais organizadas pelo “Movimento Invasão Zero”. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), mais de 100 mil famílias enfrentaram violência no último período, com 973 conflitos registrados apenas no primeiro semestre de 2023. Estes conflitos, em sua maioria, estão ligados à luta pela terra, totalizando 971 casos, seguidos pelo trabalho escravo rural, com 102 casos, e conflitos pela água, com 80 casos.

Essa triste realidade evidencia que as contínuas ondas de violência, tanto no campo quanto nas cidades, estão intrinsecamente relacionadas à luta pela terra e territórios. Diante desse cenário, as mulheres da Bahia reforçam sua luta pela demarcação dos territórios indígenas e quilombolas, bem como pela efetivação da Reforma Agrária Popular, garantindo a integridade das comunidades das águas, dos campos e das florestas.

Além disso, chamam atenção para o genocídio do povo palestino, denunciando os milhares de mulheres e crianças brutalmente assassinadas diante do mundo. Destacando a importância da mobilização contínua, não apenas no Dia Internacional da Mulher, mas todos os dias, as mulheres reafirmam sua luta por justiça social, igualdade, equidade e dignidade, com esperança e determinação.

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