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Brasil terá mais de 700 mil casos de câncer por ano até 2025, diz Inca

Hábitos simples e mudanças no estilo de vida podem evitar a doença que mata anualmente mais de 10 milhões de pessoas no mundo

A cada ano, entre 2023 e 2025, o Brasil deve registrar 704 mil novos casos de câncer, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Diante do cenário, especialistas são unânimes em reafirmar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce na redução da mortalidade por tumores malignos. A proximidade do Dia Mundial do Câncer (4 de fevereiro) reacende o alerta sobre a doença, que mata 10 milhões de pessoas por ano no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Como contraponto às estimativas e endosso às orientações em prol dos cuidados com a saúde, pesquisa feita pela própria OMS revela que entre 30% e 50% dos casos poderiam ser evitados com a redução de fatores de risco, entre os quais estão a obesidade, baixo consumo de frutas e vegetais, sedentarismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e tabagismo, além da frequente exposição a agentes cancerígenos, segundo explica a oncologista Aknar Calabrich, da Clínica AMO.

 

Oncologiosta Aknar Calabrich. | Foto: Divulgação Clínica AMO

Enquanto as estratégias de prevenção envolvem a relação com fatores de risco ambientais e modificações de estilo de vida, a detecção precoce é capaz de identificar a doença em estágio inicial, ampliando as chances de cura. Uma vez diagnosticado o câncer, a assistência multidisciplinar e integrada é defendida pelos especialistas como ferramenta para redução dos impactos do tratamento, seja cirúrgico, através de quimioterapia, radioterapia ou por terapias combinadas, como cita a oncologista.

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No ranking dos tipos de câncer mais registrados no Brasil, os tumores de pele não melanoma continuam no topo da lista, com 31,3% do total de casos, segundo o Inca. Na sequência, vem o câncer de mama feminina, com 74 mil novos casos previstos por ano (10,5%); próstata, com 72 mil/ano (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

Com alguma variação de acordo com a região, no Norte e Nordeste brasileiros, o câncer de próstata é o mais incidente (Norte: 28,40/100 mil; Nordeste: 73,28/100 mil), seguido do câncer de mama feminina (Norte: 24,99/100 mil; Nordeste: 52,20/100 mil) e câncer do colo do útero (Norte: 20,48/100 mil; Nordeste: 17,59/100 mil), ainda conforme dados do Inca.

Sobre as particularidades da doença, a oncologista Aknar Calabrich explica que câncer ou neoplasia é um crescimento anormal e desorganizado de células do organismo. Pode ocorrer em qualquer parte do corpo, originando os diferentes tipos de tumores. Os carcinomas, por exemplo, são os que têm origem em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas. Já os sarcomas começam nos tecidos conjuntivos, como ossos, músculos e cartilagens. Existe também uma variação em relação ao risco de invasão e disseminação para outros órgãos, também chamadas metástases.

Dicas de prevenção

Sem uma causa única, o câncer pode estar relacionado a fatores externos (presentes no meio ambiente) e internos que envolvem a capacidade de o organismo reagir às agressões externas (hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas).

“Apesar de haver relação entre a questão genética e o surgimento dos tumores, são raros os casos de câncer exclusivamente hereditários, familiares e étnicos”, sinaliza a oncologista, listando dicas descritas na literatura médica para a prevenção do câncer:

– combater o fumo;

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– combater o sedentarismo;

– manter alimentação saudável;

– reduzir consumo de bebidas alcoólicas;

– reduzir a ingestão de carnes vermelhas e alimentos processados;

– realizar exame preventivos para câncer do colo do útero (mulheres) entre 24 e 69 anos;

– vacinar meninas (9 a 14 anos) e meninos (11 a 14 anos) contra o HPV;

– tomar vacina contra a hepatite B;

– evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h;

– evitar a exposição a agentes cancerígenos no ambiente de trabalho, o que inclui substâncias como os agrotóxicos, amianto (ou asbesto), sílica, benzeno, xileno e tolueno, por exemplo. Estão entre os profissionais expostos a estes agentes os agricultores, operários da indústria química e construção civil, trabalhadores de laboratório e mineradores, entre outros.

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