Sob a presidência rotativa do Brasil, o Brics avançará no uso de moedas locais para transações comerciais e investimentos entre seus países-membros. O objetivo é reduzir os custos das operações financeiras e fortalecer a autonomia das economias emergentes. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (21) pelo secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Mauricio Lyrio, que afirmou que a prática já ocorre entre alguns países do bloco e continuará sendo incentivada.

Lyrio esclareceu que a criação de uma moeda comum não está em discussão no momento, devido à complexidade do processo e à falta de consenso entre os membros. “São economias grandes. Esse não é um tema fácil de administrar e há outras maneiras de reduzir os custos de operação”, explicou. No entanto, ele não descartou que os chefes de Estado possam debater o tema futuramente. A afirmação ocorre em meio às recentes ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que indicou a possibilidade de tarifar em 100% as importações dos países do Brics caso o bloco busque alternativas ao dólar.

Na próxima semana, lideranças do Brics se reunirão em Brasília para debater as prioridades do grupo, incluindo o fortalecimento do uso de moedas locais, cooperação em saúde, financiamento para combate às mudanças climáticas, governança da inteligência artificial e desenvolvimento institucional do bloco. As discussões servirão como preparação para a Cúpula dos chefes de Estado do Brics, prevista para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.