A União e a Fazenda Nacional recorreram de decisão que livrou Neymar e seus familiares de pagar uma dívida fiscal de R$ 88 milhões, referente a negócios fechados entre 2011 e 2013, incluindo a transferência do jogador para o Barcelona. As informações são do site Notícias da TV, que teve acesso ao pedido da Justiça, feito no último dia 10 de novembro, na 3ª Vara Cível de Santos, no litoral de São Paulo.
O processo começou em 2019, quando a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) fez um pedido para bloquear os bens do jogador, de seus pais e de três empresas no valor da dívida. A ação pedia a indisponibilidade de bens em R$ 193 milhões. Essa sonegação teria ocorrido durante três anos e por isso, Neymar e seu pai foram denunciados por sonegação fiscal e falsidade ideológica, mas o caso foi arquivado em 2017.
Cálculos da União apontam que Neymar tem uma dívida restante de R$ 69 milhões, valor que é contestado pelo jogador, que admite ter aproximadamente R$ 8,7 milhões de débito. O montante cobrado na ação atual (R$ 88 milhões) corresponde aos R$ 69 milhões corrigidos por juros desde a autuação.
Os advogados do atacante afirmam que a União ignora na cobrança tributos que foram pagos na Espanha e que devem ser compensados na dívida. A defesa alega que há acordos entre os países que permitem a manobra, o que reduziria o valor total para os R$ 8,7 milhões que Neymar admite pagar.
Recentemente, o caso de Neymar virou assunto político. Ele demonstrou apoio a Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais, e parte dos eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além do próprio presidente eleito, disseram que o apoio é fruto do fato de Bolsonaro ter ajudado o jogador na ação e nas negociações para facilitar sua vida com a Receita Federal.