O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que considera o Brasil uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, equiparando o país a adversários como Irã, Cuba e Venezuela. A decisão impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50%, sob justificativa de que o governo brasileiro persegue opositores e viola direitos humanos.
“O presidente Trump está protegendo a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos de uma ameaça estrangeira”, diz o comunicado oficial, que acusa o governo brasileiro de censurar redes sociais e perseguir aliados de Jair Bolsonaro. A Casa Branca citou decisões do STF que suspenderam plataformas como Rumble e X, por descumprirem leis brasileiras, e afirmou que há censura a empresas americanas.
Especialistas rebatem a narrativa de Trump e alertam para a tentativa de deslegitimar o Judiciário brasileiro. “Essa estratégia tenta desmoralizar investigações contra os ataques ao Estado Democrático de Direito”, disse Pedro Kelson, da Washington Brazil Office. Para a constitucionalista Flávia Santiago, “a democracia brasileira tem limites, e um deles é não pôr em dúvida as próprias instituições democráticas”.