O exame de papanicolau será gradualmente substituído no SUS, ainda em 2025, pelo teste molecular de DNA-HPV, mais sensível na detecção do vírus que causa mais de 99% dos casos de câncer do colo do útero. O novo método permitirá que mulheres entre 25 e 49 anos, sem sintomas ou suspeita de infecção, façam o rastreamento a cada cinco anos, em vez do intervalo atual de três.

A mudança integra as novas diretrizes do Ministério da Saúde para diagnóstico do câncer do colo do útero, elaboradas pelo Inca e já aprovadas por instâncias técnicas. A medida é considerada estratégica para erradicar a doença em até 20 anos, com apoio da vacinação e de uma nova forma de rastreamento, em que o SUS convoca ativamente as pacientes.
Segundo o pesquisador Itamar Bento, do Inca, a confiabilidade do teste de DNA-HPV permite espaçar mais as coletas. Se o vírus não for detectado, a mulher só precisará repetir o exame após cinco anos. Mas, se forem encontrados subtipos de alto risco, como os tipos 16 e 18, a paciente será encaminhada imediatamente para avaliação especializada.
Além disso, as diretrizes preveem novidades como a autocoleta em áreas de difícil acesso e orientações específicas para o atendimento de pessoas transgênero, não binárias e intersexuais. A iniciativa visa ampliar o acesso, corrigir falhas de cobertura e garantir diagnóstico e tratamento mais ágeis e eficazes.