Foto: Site Mar Bahia
A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico de Salvador, Mila Paes Scarton, teve uma especialização de R$ 105 mil custeada pela Prefeitura de Salvador, segundo revelou a coluna Metropolítica, do portal Metrópole. O curso, realizado na Saint Paul Escola de Negócios, em São Paulo, integra o programa Advanced Boardroom Program for Women (ABP-W) e ocorreu entre março de 2024 e abril de 2025. O contrato foi firmado sem licitação, com base em inexigibilidade de concorrência, conforme publicação no Diário Oficial de 20 de dezembro de 2023.
De acordo com a apuração, o documento oficial não menciona o nome da beneficiária, limitando-se a indicar a contratação de uma “servidora da Secretaria de Desenvolvimento Econômico”. A confirmação de que se tratava de Mila Paes foi possível por meio do cruzamento de informações com seu perfil no LinkedIn, onde consta a mesma formação. O procedimento é semelhante ao utilizado pela vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT) e pela secretária da Fazenda, Giovanna Victer, que também tiveram cursos de alto valor pagos com recursos municipais.
Questionada pela coluna, a secretária inicialmente negou ter o curso custeado pela prefeitura, por meio da assessoria de comunicação do Executivo. Após ser confrontada com o contrato e as informações públicas, mudou a versão, alegando que se tratava de uma “especialização executiva”, e não de uma pós-graduação. Ainda assim, os registros oficiais comprovam o uso de verba pública para o custeio integral da formação.
Segundo informações da própria Saint Paul Escola de Negócios, o Advanced Boardroom Program for Women é voltado à capacitação de executivas e conselheiras, com foco em governança, liderança e inovação. O curso faz parte do portfólio de “programas de alto impacto” da instituição, desenvolvidos em parceria com a revista Exame, e é destinado a profissionais em cargos estratégicos no setor público e privado.
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Com mais este caso, sobe para três o número de secretárias municipais de Salvador que tiveram cursos de alto valor custeados com recursos públicos, mediante autorização do prefeito Bruno Reis (União Brasil), sem processo licitatório e sem vínculo efetivo como servidoras de carreira. O episódio reacende o debate sobre o uso de verbas municipais para formações individuais e reforça a necessidade de transparência e de critérios mais rigorosos na administração pública.
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