O corte de cabos submarinos de internet na Europa tem gerado preocupação internacional, levantando suspeitas de sabotagem e riscos à infraestrutura global. Um dos rompimentos recentes ocorreu entre Finlândia e Alemanha, enquanto outro, no Mar Báltico, afetou a conexão entre Letônia e Suécia. A informação é de Deu Tilt, podcast do UOL.
Como cabos submarinos transportam 95% do tráfego de internet do mundo, os incidentes não apenas ameaçam comunicações, mas também podem causar impactos econômicos e geopolíticos severos. “À primeira vista, o primeiro candidato a sabotador na Europa é a Rússia, ainda mais porque o Mar Báltico é uma saída importante de navios russos”, destacou Helton Simões Gomes, colunista de Tilt.
Os países afetados apontam Moscou como principal suspeita, devido à presença de uma “frota fantasma” de navios russos que circulam sem certificação. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, classificou o episódio como uma “ação híbrida” de sabotagem, enquanto a Suécia alertou sobre a “crescente ameaça representada pela Rússia em nossa vizinhança como pano de fundo”. A União Europeia estuda reforçar sanções contra ações que comprometam a infraestrutura crítica.
Diante da gravidade da situação, a ONU e a OTAN passaram a monitorar de perto os eventos, temendo uma escalada de ataques digitais e físicos à infraestrutura global. Para Laurynas Kasčiūnas, Ministro da Defesa da Suécia, a UE deve “fazer o melhor uso de seu mais novo regime de sanções” para evitar novos danos. O temor europeu é que essa situação remeta a ataques à comunicação que marcaram a Guerra Fria, colocando a segurança cibernética no centro das tensões internacionais.
>> Veja também: Manutenção de cabo submarino de fibra óptica chega à costa de Salvador.