O deputado estadual Robinson Almeida (PT) acusou o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), de atuar como lobista para o empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, preso pela Polícia Federal durante a Operação Overclean. Segundo Robinson, Moura teria contado com o apoio do ex-prefeito para liberar pagamentos de contratos suspeitos. “Quanto mais mexe, literalmente fede. O Rei do Lixo sempre teve em ACM Neto o operador de tráfico de influência na prefeitura de Salvador”, afirmou o deputado, mencionando mensagens interceptadas pela PF.
A operação investiga um esquema de fraudes em licitações que movimentou R$ 1,5 bilhão em contratos públicos, muitos deles firmados com prefeituras ligadas ao União Brasil. Reportagem do jornalista Cláudio Magnavita, no Correio da Manhã, aponta que ACM Neto também teria oferecido os serviços do empresário ao governo do Rio de Janeiro. Moura, que integra o diretório nacional do União Brasil, mantém vínculos próximos com Neto, incluindo uma sociedade com a irmã do ex-prefeito, Renata Magalhães, na posse de uma aeronave.
Robinson questionou o silêncio de ACM Neto diante das denúncias. “Essas revelações colocam mais pressão sobre ACM Neto, que sumiu. Sempre atrás de holofotes, agora o ex-prefeito se esconde. O que será que ele tem a dizer? Ou vai se comportar como um negacionista e negar os vínculos que tem com Marcos Moura?”, indagou. O contrato do consórcio Ecosal, que inclui a empresa de Moura, firmado com a prefeitura de Salvador durante a gestão de Neto, permanece em vigor e é mais um elemento que reforça a gravidade das acusações.