A Agência Nacional de Saúde (ANS) e as operadoras esperam um reajuste em torno de 16% nos planos de saúde para este ano. A previsão foi revelada em audiência pública da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (18).
Segundo justificativa apresentada por representantes do setor, as operadoras tiveram reajuste negativo de menos 8% em 2021, e seria necessária a compensação neste ano.
Para o superintendente Executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde, Marcos Novais, a pandemia de Covid-19 provocou redução das despesas em 2020, mas os custos voltaram a crescer consideravelmente em 2021. “Esse é um ciclo da pandemia. A pandemia gerou uma distorção nas nossas despesas. As despesas em um momento caem e, em um outro momento, como no ano passado, elas explodem”, disse.
O superintendente de estudos e projetos especiais da Federação Nacional de Saúde Suplementar, Sandro Leal Alves, acrescentou que a redução nas atividades ocorreu pelo medo das pessoas de procurarem serviços de saúde nos piores momentos da pandemia. Por isso, segundo ele, ocorreu a diminuição na procura principalmente por consultas e exames, mas a busca por esses serviços voltou a crescer em igual proporção com a retomada da normalidade. “É o chamado efeito rebote: você guardou toda aquela demanda que estava reprimida e, quando as pessoas voltam às suas atividades normais, é natural que esse efeito aconteça”, completou.
Para o presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa, Denis Bezerra (PSB-CE), o reajuste nos planos de saúde vai penalizar ainda mais a faixa da população com idade avançada, principalmente porque o Brasil já passa por um período de crise, com inflação e aumento geral de preços.
Os reajustes nos planos de saúde são concedidos anualmente e servem para manter o equilíbrio financeiro do setor.