Mensagens extraídas do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apreendido pela Polícia Federal em maio de 2023, mostram que o ex-presidente continuou atuando politicamente mesmo após deixar o cargo. Os arquivos revelam interações com deputados, empresários e aliados, com o objetivo de manter influência durante o governo Lula (PT).
Entre os diálogos, está uma conversa com o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), em que Bolsonaro orienta o parlamentar a apoiar uma CPI contra ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes. Lopes demonstrou receio de assinar o pedido, mas foi incentivado por Bolsonaro, que respondeu que “controlaria” possíveis retaliações. Após a mensagem, Lopes confirmou a assinatura.
O material inclui mais de 7 mil arquivos, como mensagens de WhatsApp, áudios, documentos e vídeos. As provas foram coletadas durante uma operação que investiga fraudes em certificados de vacinação envolvendo o ex-presidente e seus aliados.
Outro trecho das conversas mostra o ex-embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, oferecendo custear uma viagem de Bolsonaro ao país. A oferta ocorreu pouco antes da operação da PF e evidencia a rede de apoio internacional que o ex-presidente ainda mantinha mesmo fora do cargo.