O inquérito da Polícia Federal que resultou na Operação Overclean revelou que o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), não tem qualquer envolvimento nos crimes investigados, sendo inclusive contrário ao pagamento de contratos firmados com a principal empresa envolvida no esquema de desvio de recursos públicos. A operação apura o direcionamento de emendas parlamentares e licitações em municípios baianos.
As investigações apontaram que Kalliane Lomanto Bastos, coordenadora de Projetos da Secretaria de Infraestrutura de Jequié, recebeu R$ 48,7 mil em propinas para liberar pagamentos retidos à Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda. Ao ser informado da operação, Zé Cocá demitiu Kalliane no mesmo dia e instaurou uma sindicância interna. “Essa gestão não compactua com irregularidades e agiremos sempre com transparência e firmeza”, afirmou o prefeito.
Interceptações telefônicas mostraram que Kalliane pressionava os empresários Alex e Fábio Parente, donos da Allpha, para receber pagamentos por suas operações no esquema. Ela relatou ter liberado mais de R$ 580 mil em contratos e mencionou que o controlador-geral do município, Kleber Ramos de Jesus, mantinha notas travadas, impedindo a liberação de novos recursos.
Mensagens trocadas por Kaliane Bastos e Alex Parente, obtidas pela Polícia Federal, revelaram que Zé Cocá era contrário à liberação de valores adicionais para a empresa e cobrava a conclusão de obras nos bairros Vila Aeroporto e Mandacaru. A postura do prefeito contrasta com os atos de Kalliane, que negociava vantagens pessoais e envolvia familiares no esquema, conforme registros do inquérito.
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Overclean
A Operação Overclean investiga o desvio de R$ 1,4 bilhão em recursos públicos. Até o momento, 15 pessoas foram presas. As diligências foram realizadas em diversas cidades baianas, como Salvador, Lauro de Freitas, Jequié, Campo Formoso, Mata de São João, Wagner e Itapetinga, além de estados como São Paulo, Goiás e Tocantins. A operação é fruto de uma ação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público Federal, Receita Federal e Controladoria-Geral da União.
Veja lista completa dos envolvidos cujas prisões foram determinadas:
- Alex Rezende Parente – Empresário.
- Fábio Rezende Parente – Empresário.
- Lucas Maciel Lobão Vieira – Ex-Coordenador Estadual do DNOCS na Bahia.
- José Marcos de Moura – Empresário “rei do Lixo”.
- Clebson Cruz de Oliveira – Ex-sócio de Fábio Rezende Parente.
- Fábio Netto do Espírito Santo – Apontado pela PF como atuante no Município de Senador Canedo/GO.
- Flávio Henrique de Lacerda Pimenta – Servidor na Secretaria Municipal de Educação de Salvador.
- Orlando Santos Ribeiro – Atuava no Município de Itapetinga/BA.
- Francisco Manoel do Nascimento Neto – Atuava no Município de Campo Formoso/BA.
- Kaliane Lomanto Bastos – Coordenadora de Projetos, Execução e Controle na Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, do município de Jequié/BA.
- Claudinei Aparecido Quaresemin – Atuava no Tocantins.
- Itallo Moreira de Almeida – Atuava no Tocantins.
- Evandro Baldino do Nascimento – Empresário de Goiás do ramo da construção.
- Geraldo Guedes de Santana Filho – Empresário do ramo de turismo e eventos.
- Diego Queiroz Rodrigues – Atuava no Município de Itapetinga/BA.
- Ailton Figueiredo Souza Junior – Apontado pela PF como atuante em Lauro de Freitas/BA.
- Iuri dos Santos Bezerra – Atuava no DNOCS, na Coordenadoria Estadual na Bahia (CEST-BA).
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Vale ressaltar que o Panorama da Bahia mantém o espaço aberto para inclusão do posicionamento de cada um dos nomes relacionados acima.