Um relatório da Polícia Federal, com base em dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), aponta que Jair Bolsonaro (PL) movimentou R$ 30,5 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024. Segundo os investigadores, foram identificadas 50 comunicações de transações atípicas envolvendo o ex-presidente, seu filho Eduardo Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro e pessoas ligadas a eles.
O documento destaca que quatro operações suspeitas foram realizadas em contas de Bolsonaro e outras quatro em contas de Eduardo, além de 42 movimentações em contas de terceiros. Entre os casos mais relevantes, consta um repasse de R$ 2 milhões para custear a estadia de Eduardo nos Estados Unidos e a transferência de R$ 3 milhões para Michele Bolsonaro, valor que teria sido omitido em depoimento do ex-presidente.
Embora não haja apontamento de ilegalidade direta sobre a origem dos recursos, a PF considera que as movimentações “apresentam indícios de possíveis práticas de lavagem de dinheiro ou outros ilícitos”. Parte dos valores, cerca de R$ 19 milhões, teve origem em doações feitas por apoiadores via Pix. Até o fechamento desta reportagem, a defesa de Bolsonaro não havia se pronunciado.