A possível candidatura do cantor Gusttavo Lima à Presidência da República em 2026 não gerou preocupação entre líderes do PT, segundo a coluna de Igor Gadelha no portal Metrópoles. Petistas ouvidos avaliaram que o maior impacto seria para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ainda alimenta a expectativa de concorrer ao cargo. “Isso mostra que Bolsonaro perdeu o controle da direita”, comentou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), futuro líder do partido na Câmara.
Para os aliados de Bolsonaro, a candidatura de Gusttavo Lima seria um “jogo casado” com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que também deseja disputar o Planalto. A estratégia serviria para blindar Caiado de críticas de bolsonaristas, com Gusttavo Lima funcionando como uma espécie de escudo eleitoral. Caso o cantor realmente se lance na disputa, sua candidatura pode dividir os votos da direita no primeiro turno.
Além das questões políticas, petistas ouvidos pelo Panorama da Bahia dizem que Gusttavo Lima poderia usar a candidatura também como estratégia para se proteger de investigações envolvendo sua relação com sites de apostas e um suposto esquema de lavagem de dinheiro. Nesse cenário, a campanha presidencial seria uma forma de alegar perseguição política caso fosse citado em apurações judiciais.
Enquanto Bolsonaro e Caiado avaliam os impactos de um possível adversário inusitado, o PT enxerga a movimentação como benéfica, fragmentando a base de direita e fortalecendo o caminho para uma disputa com menos concorrência consolidada em 2026. A entrada do artista no cenário político promete acirrar os ânimos e redesenhar estratégias entre os principais blocos políticos do país.