O padre Júlio Lancellotti, conhecido por sua incansável dedicação aos direitos humanos e pela assistência às pessoas em situação de rua e vítimas de exploração, enfrenta um novo capítulo em sua trajetória marcada pela adversidade. Em meio a desafios e perseguições, ele compartilha sua experiência de receber ameaças por seu ativismo e por posicionar-se a favor dos mais vulneráveis.
Confrontar as estruturas de poder, conforme destaca o padre, não é tarefa fácil e pode gerar resistência de grupos e indivíduos contrários às suas ideias e ações. No entanto, sua resiliência se destaca, mantendo-se firme no propósito de ajudar quem mais necessita, transcendendo as dificuldades. Sua fé e comprometimento com a justiça social tornam-se fontes de inspiração para muitos.
Enquanto a trajetória do padre Lancellotti é celebrada, ele se vê no centro de uma controversa CPI que visa investigar organizações não governamentais (ONGs) na Cracolândia, região central de São Paulo, caso o colegiado seja instaurado na Câmara.
O vereador Rubinho Nunes (UB), proponente da proposta, planeja a instauração da comissão em fevereiro, após o recesso parlamentar, contando com o apoio de 30 vereadores. Nunes acusa entidades como a Craco Resiste e o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, de alimentarem uma “máfia da miséria”, explorando dependentes químicos na capital.
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Vale ressaltar que o padre já foi conselheiro do Bompar, desempenhando um dos principais trabalhos sociais em São Paulo. O vereador alega que essas organizações recebem financiamento público para distribuir alimentos, kits de higiene e itens relacionados ao uso de drogas para a população em situação de rua. A política de redução de danos é questionada por Nunes, que alega que ela perpetua um “ciclo vicioso” dificultando a superação do vício pelos usuários de crack.

Abaixo, o padre Júlio explica melhor por que querem investigá-lo.