Orquestra Agbelas homenageia heroínas da Independência no 2 de Julho

Encontro celebra a luta e a memória de Maria Felipa, Joana Angélica e Maria Quitéria

Foto: André Frutuoso
Foto: André Frutuoso

O 2 de julho é dia de um novo encontro da Orquestra Agbelas com o público. Após estrear em Salvador no 2 de fevereiro com a Oferenda Musical para Iemanjá, uma performance composta por danças, ritmos, cantos e religiosidade de matriz afrobrasileira, a orquestra feminina de agbês ou xequerês, como também é conhecido o instrumento, volta a se apresentar em uma nova formação. Dessa vez, em cortejo dentro dos festejos pela Independência da Bahia.

O “Cortejo das Heroínas” homenageará Maria Felipa, Joana Angélica e Maria Quitéria, três mulheres determinantes para a emancipação do país, além da cabocla, representando a tupinambá Catarina Paraguaçu, outro símbolo importante da participação feminina no ciclo revolucionário pela independência. O protagonismo feminino não está somente nas homenageadas, como também na composição da própria orquestra composta por cerca de 50 mulheres de todo o Brasil. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.

“Além de serem mulheres de diversas partes do país, a diversidade está em cada detalhe. Idades diversas, corpos, etnias, níveis de experiência com a música e o instrumento. Tem aluna se apresentando hoje que nunca havia tocado antes, além de várias mulheres que vieram de outras cidades só para tocar no desfile junto a nós”, explica Gio Paglia, líder e fundadora da Orquestra e da iniciativa Agbelas.

Resultado do processo de construção coletiva iniciado para a Festa de Iemanjá e continuado há três meses com ensaios presenciais semanais em Salvador, o cortejo tem saída prevista para às 9h, com concentração na Rua Vital Rego (altura do Instituto dos Cegos da Bahia), após a saída dos carros cívico-religiosos e políticos, juntamente com as Escolas e os grupos culturais e manifestações populares.

Para a apresentação, que contará também com a participação de instrumentistas de sopro e percussão, foi escolhido um repertório político e popular diversificado, valorizando a multiplicidade rítmica do agbê e abrangendo as referências do grupo, que incluem os movimentos políticos pela igualdade racial e de gênero do Distrito Federal e de Salvador, o movimento brasileiro das neo-fanfarras e o vasto campo de fundamentos de matriz africana. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.

Da ciranda ao funk, do samba ao maracatu, são vários os ritmos e temas que compõem o repertório, entre eles “Um índio”, de Caetano Veloso, e “Deixa a Gira Girar”, de Os Tincoãs, além de hinos contemporâneos da luta das mulheres contra diversas opressões e violências como “Maria da Vila Matilde” (Elza Soares) e Miss Beleza Universal (Doralyce). O tema autoral “Heroínas da Independência”, composto por Rhamayana Barreto, uma das integrantes da Orquestra também integra a lista de canções.

Segundo Gio Paglia, era preciso compor um repertório que honrasse a trajetória das heroínas, representasse a potência da diversidade feminina presente no próprio coletivo e estabelecesse a união entre as suas variadas referências. “A história vivida é a mesma, mas contada desde uma perspectiva distinta, incluindo o protagonismo das mulheres e do próprio instrumento”, afirma a percussionista. “Nosso objetivo é incentivar o protagonismo da mulher não só na arte, mas onde ela quiser, trazendo os fundamentos da cabaça e da sua origem afro-diaspórica, pois a cabaça é um fruto de poder e nossa grande mestra”, complementa Paglia. Clique aqui e siga nosso canal no WhatsApp.

A Orquestra Agbelas surgiu nas comunidades do DF, com aulas de agbê gratuitas para a população em vulnerabilidade social, e já passou pelo Chile, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

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