O chefe da Agência da Organização das Nações Unidas – ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, criticou, nesta quarta-feira (28), o novo modelo de distribuição de ajuda humanitária imposto por Israel e apoiado pelos Estados Unidos na Faixa de Gaza. Após uma operação que terminou com 47 feridos, ele classificou a iniciativa como “uma distração das atrocidades” e alertou que a situação no território é de fome iminente. “O tempo está se esgotando para evitar a fome”, declarou.

A distribuição de ajuda organizada pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), criada com apoio de Israel, virou caos em Rafah, no sul de Gaza, com milhares de palestinos desesperados correndo para obter mantimentos. Testemunhas relataram que a maioria dos feridos foi atingida por tiros disparados por soldados israelenses. Enquanto isso, a ONU e outras organizações humanitárias rejeitam o modelo, acusando Israel de usar a comida como arma de controle sobre a população.
A crise humanitária se agrava enquanto a guerra chega ao seu 600º dia, sem perspectiva de trégua. Familiares dos reféns israelenses fizeram novos protestos e acusaram o governo de Benjamin Netanyahu de negligenciar a vida dos sequestrados. “O pior e mais brutal governo da história de Israel condenou os restantes dos reféns à morte por tortura”, denunciou um dos familiares.
Ao mesmo tempo, ataques aéreos israelenses mataram ao menos 16 pessoas na Faixa de Gaza, incluindo várias crianças e a família de um jornalista palestino. Na Cisjordânia ocupada, um palestino foi morto por soldados israelenses durante uma operação militar. Mesmo sob forte pressão internacional, Israel mantém seu plano de deslocar a população de Gaza para uma “zona isolada” no extremo sul, enquanto prossegue com as operações militares.