Moradores da Rua do Barro Vermelho, no Rio Vermelho, têm se mobilizado contra os impactos causados por bares e restaurantes da região, com destaque para o Principote. Segundo denúncias, o descarte inadequado de lixo em via pública tem gerado proliferação de ratos e baratas, além de poluição sonora, foto poluição e ocupação irregular da Praia do Buracão. “Descarte de comida mal acondicionada do Principote resulta em chorume, alimento perfeito para proliferação de ratos e baratas”, alertou Miguel Sehbe, presidente da Associação de Moradores. “É inadmissível termos que conviver com esse estabelecimento que se fez ser indesejável”.
Os moradores relatam que os problemas atingem não apenas quem vive na rua, mas também aqueles que frequentam a praia. “Nossa rua se tornou um lugar insustentável para quem mora e para quem passa”, disse uma moradora. Socorro Colen, doutora em química do mar, destacou os esforços da vizinhança em manter práticas sustentáveis. “Fazemos coleta seletiva em todos os condomínios da rua, mas os bares não participam disso”, afirmou. “Há ainda casas abandonadas que acumulam lixo e servem de criadouro para mosquitos, aumentando o risco de doenças como a dengue”.
A comunidade também reclama da falta de ação por parte das autoridades. “O que falta são inspetores para ir até os estabelecimentos fiscalizar e monitorar, sobretudo o horário de descarte de lixo”, apontou Socorro, que integra o movimento SOS Buracão. Miguel Sehbe lembrou que a denúncia contra a implantação do restaurante foi arquivada pelo Ministério Público da Bahia, mesmo com laudo técnico de trafegabilidade. “É revoltante. A Prefeitura de Salvador faz vista grossa enquanto os donos do Principote se comportam como se fossem donos da rua”, criticou.
A Associação afirma possuir cinco laudos técnicos que atestam poluição sonora, em desacordo com a Lei Municipal nº 5354/98. “Temos documentos e a própria Prefeitura tem outros cinco autos de infração. Só isso já deveria bastar para cassar o alvará de funcionamento”, defendeu Sehbe. Moradores relatam que o som de festas promovidas no bar ultrapassa os 70 decibéis permitidos, tornando impossível o descanso em suas residências. “Não é só o som alto, são também os holofotes voltados para o mar, afetando a vida marinha”, disse outra moradora.
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Além da poluição ambiental e sonora, há denúncias de que o bar ocupa irregularmente a faixa de areia com cadeiras e guarda-sóis, impedindo o livre acesso à praia. “A Praia do Buracão é um patrimônio de todos, não pode ser privatizada”, afirmou Socorro. A Associação de Moradores da Rua Barro Vermelho exige providências imediatas do poder público: “Estamos sendo desrespeitados em nossos direitos mais básicos, e não vamos nos calar”, concluiu Miguel Sehbe.