Em depoimento nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid confirmou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ordenou o monitoramento da rotina do magistrado. A solicitação, feita no fim do mandato, buscava verificar se Moraes teria se encontrado com o então vice-presidente Hamilton Mourão. Segundo Cid, a ordem foi repassada ao coronel Marcelo Câmara, também réu nas investigações sobre a tentativa de golpe.
Cid afirmou que esse tipo de pedido era recorrente no entorno do ex-presidente. “Por várias vezes, o presidente recebia algumas informações de que aliados políticos estariam se encontrando com adversários políticos. Então, foi comum a gente verificar se isso era verdade ou não”, relatou. Segundo ele, as ações se limitavam a checar agendas públicas ou fazer consultas à Força Aérea, sem envolvimento de inteligência.
Durante o interrogatório, o ex-ajudante de ordens também confirmou que Bolsonaro tinha conhecimento da minuta de golpe que previa um decreto de estado de sítio para reverter o resultado das eleições de 2022. Mauro Cid é o primeiro réu do chamado Núcleo 1 da trama golpista a ser ouvido por Moraes e participa das investigações na condição de delator. O depoimento deve seguir até as 20h.
