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Marcha da Consciência Negra 2025 leva resistência e reivindicação ao Centro de Salvador

Ato, na próxima quinta (20), homenageia Lélia Gonzalez e Frantz Fanon e cobra políticas públicas por justiça racial

Foto: Cléber Santos

A 46ª Marcha da Consciência Negra Zumbi-Dandara dos Palmares toma as ruas do Centro de Salvador no dia 20 de novembro (próxima quinta), reunindo movimentos sociais, entidades e lideranças para reafirmar a luta por reparação histórica e políticas públicas de promoção da igualdade racial. O ato, organizado pela Coalizão Marcha da Consciência Negra e pela Coordenação de Entidades Negras (CONEN), integra um processo contínuo de formação com seminários, oficinas e ações de base voltadas à memória e ao protagonismo do povo negro no Brasil.

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A edição deste ano presta tributo aos 90 anos de Lélia Gonzalez (1935-1994) e ao centenário de Frantz Fanon (1925-1961), referências centrais do pensamento antirracista e anticolonial. A presença confirmada de Mireille Fanon Mendès France, presidente do Instituto Fanon, simboliza o elo entre teoria, memória e ativismo internacional. Organizadores destacam que sua participação reforça o diálogo da marcha com a Segunda Década Internacional Afrodescendente da ONU, baseada nos eixos de reconhecimento, justiça e desenvolvimento.


O ato em Salvador reforça essa agenda em um país onde 56,1% da população se autodeclara negra ou parda, mas ainda enfrenta profundas desigualdades: segundo o IBGE (PNAD Contínua 2023), a taxa de desemprego entre pessoas negras é quase o dobro da registrada entre brancos, e a população negra representa 77% das vítimas de homicídio no Brasil (Atlas da Violência 2024). “A luta antirracista é compromisso de todas e todos os verdadeiros revolucionários”, afirma Gilberto Leal, liderança da marcha.

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A programação da Consciência Negra inclui ainda o Seminário Cultura Negra e, no dia 21, a Conferência Baiana do Centenário de Frantz Fanon na UFBA, com Mireille Fanon como conferencista. A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) reforça o compromisso com a cobertura responsável, destacando que “a marcha é um chamado à ação e à escuta”, como afirma sua presidenta, Suely Temporal. Para as entidades, fortalecer a visibilidade das lutas negras é essencial para avançar rumo a uma democracia plural e antirracista.

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