Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram uma manifestação neste domingo (3), em São Paulo, com pautas como anistia ao ex-presidente e aos condenados pelos atentados de 8 de janeiro de 2023, críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apoio às sanções econômicas impostas ao Brasil pelos Estados Unidos. Os manifestantes também pediram o impeachment e a prisão do ministro Alexandre de Moraes.

Comandado por políticos de direita e lideranças religiosas, como o pastor Silas Malafaia, o ato ocupou cerca de duas quadras e foi marcado por bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos. “Bolsonaro é vítima de uma perseguição implacável. É uma caça às bruxas”, discursou Malafaia. Cartazes exaltando Donald Trump e atacando as instituições brasileiras foram vistos entre os manifestantes.

Jair Bolsonaro não participou da mobilização por estar impedido de sair de casa aos fins de semana, conforme medidas cautelares determinadas pelo STF. O governador Tarcísio de Freitas, aliado político do ex-presidente, também não compareceu, alegando um compromisso médico.

O ato defendeu abertamente a anistia para os condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes. “Eles não são bandidos, são patriotas injustiçados”, disse uma manifestante. Segundo a Procuradoria-Geral da República, os atentados foram o ápice de um plano golpista articulado desde 2021 para desacreditar o sistema eleitoral e reverter o resultado das eleições de 2022.

Cartazes em inglês com apoio a Trump e críticas à Justiça brasileira reforçaram o teor internacionalizado do protesto. Os participantes também celebraram a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. “É ele quem está pressionando os americanos a punir os inimigos do nosso presidente”, afirmou um dos organizadores.

A Polícia Militar reforçou o policiamento na região, mas não divulgou o número de participantes. A Avenida Paulista já estava interditada para o tráfego de veículos por causa do evento, que teve atos semelhantes registrados também no Rio de Janeiro e em Brasília.