O governador Jerônimo Rodrigues (PT), elevou o tom das críticas contra o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB), nesta sexta-feira (23), durante a entrega de viaturas para a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) na orla de Salvador. Jerônimo não poupou palavras ao rebater as declarações de Colbert, que atribuiu ao governo estadual a responsabilidade pela superlotação nas unidades de saúde da cidade.
“É triste, é muito triste ver o prefeito de Feira, que é médico, ignorando a realidade do sistema de saúde. Quando alguém precisa de atendimento, seja para um problema simples ou mais grave, a primeira porta que tem que bater é um posto de saúde, uma UPA ou uma UBS. E, se necessário, a pessoa é encaminhada para a policlínica ou hospital,” criticou Jerônimo, evidenciando a negligência do prefeito em cumprir seu papel tanto como gestor quanto como médico.
Jerônimo ressaltou que Colbert, além de ser prefeito, é um profissional da saúde, o que agrava ainda mais a situação. “Ele fez dois juramentos, um de prefeito e outro de médico, mas não está cumprindo nenhum. Isso demonstra uma falta de comprometimento com a saúde pública,” afirmou o governador, cobrando responsabilidade por parte de Colbert.
O governador ainda desmentiu a alegação de Colbert de que as informações sobre a superlotação eram falsas. “O prefeito alegou que as informações sobre a superlotação eram mentirosas e que a UPA estava funcionando normalmente. No entanto, temos uma UPA estadual dentro do complexo, e a situação não é a ideal. Fico triste com o comportamento de um prefeito médico que parece ignorar a realidade dos serviços de saúde,” disparou Jerônimo, reforçando o descaso com o atendimento à população.
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Jerônimo também destacou a falta de infraestrutura adequada em Feira de Santana, criticando o recente anúncio de Colbert sobre a construção de um hospital com apenas 12 leitos para uma cidade de quase 600 mil habitantes. “Se o prefeito tivesse construído e feito funcionar policlínicas, hospitais, maternidade… Um município rico como Feira de Santana, não tem um hospital e agora ele anunciou um hospital de 12, 13 leitos, para uma cidade de 500 a 600 mil habitantes, é um vexame,” afirmou Jerônimo, classificando a situação como inaceitável para uma cidade do porte de Feira de Santana.
O governador finalizou ressaltando que, independentemente das responsabilidades políticas, o foco deve estar no atendimento à população. “Eu espero que o prefeito, que é médico, possa fazer seu dever. As pessoas que estão ali querem atendimento. Não vou ficar dizendo tira daí que é culpa do prefeito. Quem está ali quer ser atendido,” concluiu Jerônimo.