O governador Jerônimo Rodrigues (PT), comentou nesta segunda (5) as declarações que fez na última sexta-feira (2), durante uma agenda no distrito de Soares, em América Dourada. Na ocasião, o petista sugeriu que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fossem levados para a “vala” por uma retroescavadeira, em crítica ao legado deixado pelo governo anterior. A fala repercutiu fortemente nas redes sociais e foi amplamente explorada por parlamentares da oposição. Nesta manhã, durante vistoria de obras no Teatro Castro Alves, Jerônimo disse que a declaração foi descontextualizada e reconheceu o uso de um termo inadequado.
“Se o termo ‘vala’ e o termo que foi usado foi pejorativo, foi muito forte, eu peço desculpa. O termo não foi a intenção”, afirmou o governador. Ele acrescentou que sua fala refletia a indignação com o modo como o governo anterior tratou a pandemia. “Eu apresentei anteriormente a minha inconformação, a minha indignação com o modo como o país foi tratado. Dei o exemplo da pandemia, quando 700 mil pessoas morreram por conta de atitudes de um governo federal”, disse. Jerônimo reforçou que não tem histórico de violência e que seu grupo político não trabalha com esse tipo de atitude. “Eu sou uma pessoa religiosa, sou uma pessoa de família, eu não vou nunca tratar qualquer opositor com o tratamento deste”, completou.
O governador ainda fez uma comparação entre a conduta do ex-presidente Bolsonaro e a do atual presidente Lula (PT), destacando um gesto de solidariedade recente. “Estava almoçando com prefeitos, quando a assessoria me chamou, era uma ligação do Lula. O Lula me ligando para saber como é que estava a situação das chuvas em Santo Amaro. Isso é de uma preciosidade. Um presidente ligar para dizer: ‘Governador, como é que estão as chuvas aí? Precisa o quê de mim?’”, relatou Jerônimo. Ele aproveitou para criticar a ausência de diálogo durante a gestão de Bolsonaro. “O Rui Costa governou quatro anos do ex-presidente e uma ligação sequer ele atendia, não era para saber o que precisava”, pontuou.
Ao encerrar, Jerônimo reiterou que não há espaço para incitação à violência e reafirmou o compromisso com o debate democrático. “Se alguém se utilizou disso para querer botar em minha boca palavra de ira, de revolta, não vai conseguir, porque eu tenho a plena certeza e clareza da minha responsabilidade. A palavra de um governador pesa”, afirmou. Ele ainda reforçou que o embate político deve ocorrer com civilidade. “Não houve intenção nenhuma de desejar a morte de ninguém, nem de querer matar ninguém. Está longe da minha atitude, da minha e do meu grupo”, concluiu.