O governador Jerônimo Rodrigues e o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, se reuniram nesta segunda-feira (4) com representantes dos setores produtivos da Bahia para discutir os impactos da nova tarifa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros. A reunião aconteceu na sede da FIEB, em Salvador, e contou com a participação remota do vice-presidente Geraldo Alckmin. Entre os temas centrais, esteve a defesa da retirada de produtos baianos da lista da sobretaxa.
“Vamos trabalhar para que esses produtos que impactam na Bahia possam ser retirados da lista”, disse Jerônimo, após apresentar um documento com propostas ao Governo Federal. Ele ressaltou que a expectativa é de que mais itens sejam incluídos na lista de exceção da política tarifária americana. Entre os mais atingidos estão celulose, derivados de cacau e pneus, com destaque para os mais de US$ 45 milhões em exportações de manteiga e óleo de cacau somente no primeiro semestre.
Segundo a FIEB, 332 dos 389 produtos sujeitos à nova tarifa são baianos, o que pode gerar uma perda de até R$ 1,3 bilhão na economia do estado. A indústria baiana, que emprega cerca de 211 mil pessoas em polos como Camaçari, Feira de Santana e Ilhéus, enfrenta o risco de aumento da ociosidade e demissões. “Vamos buscar reduzir essa tarifa através de negociação diplomática e excluir mais produtos dessa medida”, afirmou o presidente da FIEB.
Alckmin reconheceu a gravidade da situação e defendeu a atuação conjunta entre governo e setor produtivo. Ele também adiantou que o presidente Lula deve anunciar em breve medidas de apoio à produção e ao emprego nos setores mais prejudicados. Esta foi a segunda reunião entre o Governo da Bahia e a FIEB, que criaram um grupo de trabalho para enfrentar os efeitos das tarifas americanas.